FLORES DA NOITE




Etéreo sorriso encantado,
vontade que delineou o vazio,
preenchendo onde era vácuo,
ocupando o espaço do coração.

Suave flor de alma delicada.
São as pétalas metáfora de epiderme.
É burilar de cinzel para criar jóia rara,
tons que se fazem cores de carícia.

Botão a desabrochar em secreto jardim,
onde o sol é mais suave e a lua mais bela,
onde o vento converteu-se em brisa.
Toque mágico que é carinho, terno afeto.

Pontilhar de luzes do céu,
eternos dias contados pelas noites.
Vestes noturnas, fino tecido da noite,
trajes íntimos do vestuário do dia.

Lençóis de desejos, leitos de paixões,
fragrância de amor, perfume de amor,
narinas dilatadas, pupilas acesas.
Uma onda elétrica passeia pelo corpo.

Ilusões que brindam com a realidade
no tingir do vinho que desafia o paladar,
no líquido que desce em paz pela garganta,
na troca de sorrisos, no mergulho em olhares.


Gilberto Brandão Marcon
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